Nossa homenagem aos GENEALOGISTAS

OS ESCOLHIDOS

Della M. Cumming (1943)

“Nós somos os escolhidos. Em cada família há um que parece ter sido chamado a encontrar os antepassados. Para colocar a carne em seus ossos e fazê-los viver novamente. Para contar a história da família e sentir que de alguma forma eles conhecem e aprovam.

Fazer genealogia não é uma reunião fria dos fatos mas, em vez disso, dar vida a todos os que vieram antes. Nós somos os contadores de histórias da tribo. Todas as tribos têm um. Fomos chamados, por assim dizer, pelos nossos genes. Aqueles que já se foram clamam para nós: “Contem a nossa história “. E, então, nós contamos.

Ao encontrá-los, de alguma forma, nos encontramos. Perante quantos túmulos eu já estive e chorei? Já perdi a conta. Quantas vezes eu disse aos antepassados: “Você tem uma família maravilhosa , você estaria orgulhoso de nós.” Quantas vezes eu fui até uma cova e senti que, de alguma forma, lá havia amor para mim? Eu não sei dizer.

Vai além de apenas documentar fatos. Tem a ver com quem eu sou e por que eu faço as coisas que faço. Tem a ver com um cemitério prestes a ser perdido para sempre para as ervas daninhas e a indiferença, me dizendo que eu não posso deixar isso acontecer. Os ossos que aqui estão são ossos dos meus ossos e carne da minha carne. Tem a ver com fazer algo a respeito disso. Tem a ver com o orgulho que nossos ancestrais sentiram pelo que foram capazes de realizar. Como eles contribuíram para o que somos hoje. Tem a ver com respeito às suas dificuldades e perdas, com o seu nunca ceder ou desistir, a sua determinação para seguir em frente e construir uma vida para sua família. Tem a ver com o profundo orgulho com os pais lutaram – e alguns morreram – para fazer de nós uma nação, e como tal nos manter. Tem a ver com um profundo e imenso entendimento que eles estavam fazendo isso por nós.

É motivo de igual orgulho e amor nossas mães, que se esforçaram para nos dar à luz, sem elas não poderíamos existir, e assim nós amamos cada antepassada, até onde nossa pesquisa possa retroceder. Para que pudéssemos nascer quem somos. Para que possamos lembrar delas. E nós lembramos. Com amor e carinho e descrevendo cada fato de sua existência, porque nós somos elas e elas são a soma do que somos .

Assim, como um escriba que recebeu um chamado, eu conto a história da minha família. Cabe a quem for chamado na próxima geração atender a chamada e tomar o meu lugar na longa fila de contadores de história da família. É por isso que eu faço a genealogia da minha família, e é isso que chama aqueles jovens e velhos, para apressar e restaurar a memória ou cumprimentar aqueles que nunca havíamos conhecido antes.”